quinta-feira, 28 de junho de 2018

Estamos aí na atividade!

Essa semana que passou exibimos nossa primeira sessão de filme com o “Cinema, Aspirinas e Urubus” com o convidado crítico de cinema Luiz Gustavo Vilela. Foi de muita importância o dialogo após a exibição acrescentando outras maneiras de pensar e interpretar o filme. A reflexão Humana e o estimulo gerado por uma produção audiovisual é posta em prática nesse tipo de discussão gerando uma aprendizagem inovadora na questão pedagógica. Levando em consideração que filmes retratam a criação humana e seu pensamento, portanto educam naturalmente. Utilizando essa ferramenta para problematizar conteúdos torna-se a aprendizagem mais dinâmica que um livro de didático, sendo de mais fácil absorção do conteúdo no estimulo audiovisual. Nessa discussão do Projeto 116 que passou podemos notar presente os três princípios da educação por meio de um filme segundo o guia Using Films in schools da Inglaterra: 1- O crítico, que diz respeito à compreensão e à análise de filmes; 2- O cultural, que refere ao aprofundamento da experiencia de ver um filme, podendo ser exibidos filmes poucos usuais na televisão e nas salas de cinema do Brasil; 3- O criativo, referende-se à importância de os alunos fazerem seus próprios filmes. O diferencial da apresentação de filmes é seu poder de viajar em histórias ilustradas e musicadas sem precisar de fato viver o ocorrido. É de grande satisfação participar de um Projeto tão rico. Assistam filmes nacionais, façam filmes! Abraço e até a próxima.

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Hoje vamos falar do filme “Cinema, urubus e aspirinas” do diretor Marcelo Gomes, ganhador no ano de 2006 de melhor filme brasileiro. É importante dizer que o filme se passa em 1942 época que a Europa estava vivendo a segunda guerra mundial. E nesse mesmo ano Getúlio Vargas deixa a neutralidade e declara guerra aos alemães. Um dos personagens principais um imigrante alemão, Johan (Peter Kenath) circula com um caminhão vendendo Aspirina no sertão nordestino. No habito de dar carona para os moradores acaba conhecendo Ranulpho (João Miguel) que sonha em ir para o Rio de Janeiro. Assim o filme segue de maneira calma e natural mostrando a amizade que brota entre os dois. Um da terra seca e pobre e o outro que opta pela terra seca, mas nem tão pobre, que vive aqui porque não caem bombas do céu. A ideia que temos é que o caminhão de Aspirina traz o “progresso”. Muitos dos que estão ali nunca tiveram contato com o cinema antes de sua chegada. O povo deslumbrado pela novidade depois de uma sessão de filmes intercalada com uma propaganda do produto mostra o poder da influência áudio visual em nossas vidas desde os primórdios. O trabalho fotográfico do filme é impecável, com enquadramentos e luzes que geram sensações. A imagem estourada refletida no retrovisor do caminhão, a pele queimada do sol que te transporta para o sertão, mas não o sertão caricato, um sertão ardido. É interessante observar como a paisagem é um personagem para história, tal como os urubus que volta e meia surgem como figurantes no fundo dos planos. Em nenhum momento o diretor camufla as dificuldades vivida pelo povo que ali habita, mas também não vitimiza. A história do filme é baseada nos relatos de Ranulpho que conta que até no lugar onde ninguém pisou a Aspirina passou. Cinema, aspirinas e urubus é cheio de críticas bem elaboradas que valem a pena serem comentadas. Da guerra que o único sentido é a morte, e do sertão que mesmo na seca extrema existe vida. Bora conferir esta grande obra brasileira!? Quando? Dia 21/06/2018 ás 13:30h até as 16:30h Onde? Sala 116 – IFPR - Curitiba Esperamos vocês lá! Segue o link do Trailer para dar aquela aquecida. https://www.youtube.com/watch?v=iruX5aGznlI No aguardo. Abraço!

terça-feira, 5 de junho de 2018

Cinema e Educação

O Cinema é uma mídia de entretenimento, mas ao mesmo tempo é a cara da cultura, costumes, dialetos, aspectos físicos entre outros. Um país tão grande que conseguimos ver a diferença de regiões sem precisar viajar. Com a ajuda da sétima arte entramos em barracos e castelos, temos contato com vidas que não estão presentes no nosso dia-a-dia. Esse aspecto é muito importante para compreendermos as diferentes realidades que nos circundam. Afins didáticos vemos o cinema como um auxiliador do(a) professor(a). Essa ideia não é nova, já com a chegada da república o Brasil sentiu-se na necessidade de se modernizar. Como está citada na Tese de Claudia de Almeida Mogadouro – Educomunicação e escola: o cinema como mediação possível “... Embaladas pelo desejo de modernização do país, manifestavam-se em dois polos: a necessidade de uma expansão na rede escolar e da desanalfabetização da população, portanto, voltava-se para um desenvolvimento quantitativo da educação; e, em contraponto, uma proposta de otimização do ensino, uma melhoria qualitativa das condições didáticas e pedagógicas da rede escolar.” O cinema pode ser usado como complementador de conteúdo, como conteúdo para depois serem debatidos. De qualquer forma. só o filme em si, sem uma conversa, pode passar despercebido e não cumprir a função de ensino, é importante o dialogo com os (as) estudantes antes e/ou depois da exibição. Os filmes não têm o poder DE sozinhos resolverem os problemas vividos pelos(as) professores(as). Com o desenvolvimento da tecnologia (VHS, DVD, internet) mudou substancialmente o ensino, sendo um facilitador e se vendo mais presente nas salas de aulas. O prof. Dr. Marcos Napolitano disse o seguinte: “Minha utopia pessoal: recuperar a capacidade de escrita logo nas primeiras fases da escola. Paralelamente é preciso encarar o desafio do chamado mundo audiovisual. As duas coisas têm que caminhar juntas...” pois muitos dos (AS) alunos (AS) veem, mas não entendem e nem fazem força para entender, aí está o desafio, instigá-los a entender a mensagem e não apenas o superficial da história, o básico sem os detalhes. É importante problematizar para gerar um debate. Para concluir, devemos lembrar sempre que o filme por mais que queria imitar a realidade é ficção e não devem ser levados comO verdade, por mais que seja baseado em fatos-reais, é sempre uma base. Abraço e até semana que vem.

domingo, 3 de junho de 2018

Um pouco da nossa história

O cinema no Brasil iniciou-se 7 meses depois da primeira sessão de cinema do mundo dos irmãos Lumière na França. Um Belga chamado Henri Paillie trouxe um cinematógrafo que chegou a cidade de São Paulo na Av. Ouvidor em 1996. É importante situar que acabávamos de virar uma república (1889) que sistematizava no Brasil a separação da igreja e estado conforme o novo regime. Sendo assim um marco para educação também, que passava a ter mais liberdade. Os filmes da época relatavam a realidade do cotidiano, tinham por volta de um minuto e contavam com algum músico fazendo a trilha sonora ao vivo. O Primeiro filme feito no Brasil foi "Ancoradouro de pescadores na baia de Guanabara", que infelizmente não existe mais, pois a película é muito inflamável e a maioria dos filmes foram destruídos pelo fogo ou reaproveitado para fazer novos filmes, já que a mesma não era muito acessível. Quase não existem vestígios dos primeiros filmes. Em 1929 é marcado pelos os filmes sonoros. O primeiro é “Acabaram-se os otários” de Luiz de barros, mas “Limite” do Mario Peixoto de 1930 ainda mudo, é considerado pelos críticos o melhor filme Brasileiro de todos os tempos, inovando na mensagem passando conteúdos com flash backs (algo novo). Em 1949 surgiu a maior produtora do Brasil da época que durou 5 anos, a Vera Cruz que produziam filmes e vendiam para Columbia (EUA). Este fato acabou trazendo a falência da mesma, mas o seu legado em qualificação de profissionais é sentido até hoje. Um exemplo a empresa de dublagem Álamo. Depois veio a era das Chanchadas que tinha como objetivo os atores. Eram sempre os mesmos galãs, as mesmas mocinhas e o publico era movido pelos atores e não pela história. O conteúdo era normalmente cômico. O Cinema Novo na década de 70 veio na mesma época que o cinema mundial passava por modificações, na Itália com o Neo Realismo e na França com o Nouvelle Vague. No Brasil o cinema novo era mais uma câmera na mão. Nessa época os filmes migraram da região Rio/São Paulo para abranger outras culturas e lugares do país. Temos nomes como Glauber Rocha e Ruy Guerra. Uma breve passagem com o Cinema Marginal (1968 até 1972) foram os filmes experimentais de baixo custo, um exemplo é “O Bandido da Luz Vermelha”. (Excelente clássico diga-se de passagem). Nessa mesma época foi criada a Embrafilme, o dedo do estado na industrial cinematográfica que durou de 1969 até 1982. Foi criado o instituído nacional do cinema mais ou menos como funciona a ANCINE, os filmes de fora agora pagavam para entrar no Brasil e a verba recolhida era usada para a industria do cinema nacional. Outra fase marcante do cinema brasileiro é o Pornô Chanchada, um misto de erotismo e humor feitos na famosa Boca do Lixo. Eram um sucesso de público. Caíram em decadência após a chegada do pornô explícito. Em 1980 com a dívida externa temos pouquíssimos filmes produzidos, foi a época dos curtas. A lei exigia que antes de um longa ser mostrado um curta brasileiro deveria ser exibido. De 1990 até 1992, era Collor extinguiu-se todas as instituições como, Embrafilmes, Concine Fundação do Cinema e até do Ministério da Cultura. Considerado este, o período sombrio/médio do cinema brasileiro. A Retomada de 1992 a 2003. Após à queda de Collor, foi visto como importante o investimento na cultura com isso veio a lei do áudio visual, a criação da Globo Filmes entre outros investimentos na área. O Período Pós Retomada é a consolidação da indústria brasileira até os dias de hoje. Espero que tenham gostado dessa breve introdução ao nosso cinema. Grande abraço! E até breve.